“Enquanto há vida, há esperança” (Stephen Hawking, “La teoría del todo”)

Olá, pessoal! Pipocas preparadas? Quero compartilhar com vocês a minha opinião sobre os filmes que assisti essa semana, vamos lá!

1. No llores, vuela

Esse filme despertou- me especial atenção, porque a diretora é sobrinha do prêmio Nobel de Literatura, Mario Vargas Llosa, a peruana Claudia Llosa. “Será que a sobrinha tem o mesmo talento que o tio famoso?”, foi a pergunta. E a resposta: nem tanto, pelo menos nesse filme.

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Uma produção multinacional: França, Espanha e Canadá. A sinopse do filme começa errada, “um filme que acontece em mundos paralelos”, não, não são mundos paralelos, são tempos diferentes em um mesmo mundo. A história trata da vida de Nana (Jennifer Connelly), mãe de dois filhos, um deles doente. Ela procura um curandeiro, mesmo não acreditando, mas assim o fez, quando a Medicina esgotou seus recursos. No transcurso da história descobre que ela mesma curou uma criança, mas não conseguiu salvar a sua própria, que morreu em um acidente, nem foi pela doença. O filho mais velho revolta- se com a mãe, que empreende uma viagem sozinha, deixando o filho para trás. Até aí vai a parte de Nana com seu filho ainda criança. Ela monta uma cabana no meio do gelado inverno canadense e os peregrinos a procuram em busca de um milagre para suas doenças incuráveis. Nessa fase, o filho já adulto, viaja com uma jornalista doente em busca de sua mãe, assim surge o reencontro super frio, como o cenário do filme.

A fotografia é belíssima, o melhor do filme, que é lentíssimo e monótono. Eu gosto de filmes intimistas, mas esse tem um ritmo que cura qualquer insônia. Uma muito boa história, mas que podia ser melhor contada, tudo muito automático, faltou emoção.

Esse filme ainda está sendo projetado em alguns cinemas da Espanha.


2. La teoría del todo

Saí do cinema encantada! Uma muito boa história, verídica, biográfica, sobre o físico  inglês Stephen Hawking, que sofre uma doença degenerativa neuronal, que atingiu todos os músculos do seu corpo. Stephen desafiou todas as estatísticas da ELA (esclerose lateral amiotrófica) e vive com a doença há mais de 50 anos.

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O próprio Stephen achou que era ele mesmo na tela do cinema, muito fidedigno. O ator inglês Eddy Redmayne fez um trabalho primoroso na pele do cientista. A limitação física de Stephen não o impediu de escrever, trabalhar, casar e ter filhos, não foi barreira para transformar- se em um dos cientistas mais renomados e respeitados do planeta. A luta e a vontade de viver, o bom humor de Stephen são admiráveis e um exemplo para todos nós.

O filme narra sua história de amor com a primeira esposa Jane Wilde. Conheceram- se quando Hawking era estudante de doutorado em Cambridge em 1966, foi aí que começaram a surgir os sintomas da doença, o médico afirmou que viveria apenas dois anos. Jane não desistiu de Stephen, ao contrário, casou com ele. Ficaram casados durante 26 anos e tiveram três filhos. Ela apaixonou- se pelo pianista do coro da igreja durante o casamento, mas não deixou Stephen. A separação aconteceu quando o físico apaixonou- se pela sua enfermeira particular, Elaine Mason. No filme a relação parece bonita, mas sabe- se agora que ela o maltratava fisicamente, a filha denunciou. Ficaram casados 11 anos.

Stephen Hawking, uma mente brilhante, hoje divorciado e com 73 anos, sem nenhum movimento corporal, comunica- se desde 1986 com um sintetizador de voz em tom robótico, sua marca registrada. É o cientista mais popular do mundo, não só pelas suas teorias científicas revolucionárias sobre o universo e o tempo, mas também por ser acessível aos meios de comunicação, apareceu em episódios dos Simpsons, The Big Band Theory e Futurama.

Os cenários ingleses, a caracterização, um drama muito bem contado, sem fatalismos, com muita naturalidade. Roteiro e produção perfeitos! Filmaço, recomendadíssimo!

La teoría del todo ainda está sendo projetado em muitos cinemas na Espanha. Clique aqui.


3. Cincuenta sombras de Grey

Não li o livro e não gostei; a experiência faz- me saber separar o joio do trigo.  Assisti o filme e gostei menos ainda. Vou resumir o que é Cinquenta tons de Cinza, baseado na obra de Erika Leornad James, de mesmo nome: é a história de um transtornado mental que foi seduzido por uma pederasta quando tinha 15 anos e o introduziu no mundo sadomasoquista, um pervertido.

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Christian Grey (Jamie Dornan) é um alto executivo de sucesso nos Estados Unidos, ele tenta convencer a uma virgem (Dakota Johnson), baixo contrato, que entre no seu universo sadomasoquista. Socialmente mantém as aparências ( como a maioria dos sociopatas), é filantropo, no entanto, é frio e nunca foi visto com nenhuma mulher. Dentro da sua casa conserva um quarto com os mais diversos instrumentos de tortura para usar nos seus jogos sexuais. Ele é quem domina, quer mulheres submissas para surrá- las e torturá- las, essa é a sua forma de excitação. O roteiro tenta vitimizá- lo com uma história de infância traumática, justificando o seu comportamento violento e arredio ao amor, não quer envolvimento emocional. Um filme cheio de clichês fáceis e pobres: milionário forte e bonito leva mocinha pobre e inocente de helicóptero para jantar, coleção de carros luxuosos, casa impressionante, presenteia um automóvel caro substituindo o romântico Fusquinha da moça. O sucesso do livro pode vir disso, das mulheres românticas que ainda acreditam em príncipes encantados (que cavalgam em Ferraris). E o pior que o filme é o reverso disso. De “encantado” o sujeito não tem nada. A protagonista, Anastacia Steele, já apaixonada por Christian, coitada, sai correndo esbaforida depois das primeiras chicotadas.

Um filme deprimente, que não é erótico, ao contrário, porrada é o reverso da sedução. Tanto o livro quanto o filme, na minha opinião, não precisariam existir, são completamente dispensáveis. De perversão o mundo já anda cheio. Enquanto isso vou ficar aqui matutando, tentando entender porque é que essa história fez tanto sucesso.

Quer assistir? Veja aqui os cinemas que o projetam na Espanha.


E aí, assistiu algum desses filmes, vai assistir? Conta! Até a próxima semana! #PalomitaZ