“Nem todo amor acontece à primeira vista”.

Não mesmo. O protagonista dessa linda história de amor é…cego.

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No Brasil, esse filme estreou em 2014 com o nome de “Hoje eu quero voltar sozinho”. Na Espanha, a estreia está marcada para o dia 17 de julho.

Esse filme surgiu do curta- metragem “Hoje eu não quero voltar sozinho” (2010), os nomes muito parecidos confundem um pouco, o filme deveria ter ganhado um título diferente. “Hoje eu quero voltar sozinho” recebeu vários prêmios internacionais e o diretor está correndo o mundo. Parece que o cinema brasileiro sempre faz mais sucesso e desperta mais interesse no exterior que no próprio país. A cultura de massas sempre engolindo a arte, o mesmo acontece com a literatura. A balança não deveria ser tão descompensada, ambas formas de expressão deveriam e poderiam conviver juntas.

A história é belíssima, doce, verdadeira e triste também. O adolescente Leonardo (Ghilherme Lobo, o nome parece ter um erro ortográfico, mas é assim mesmo. O ator tem 20 anos, de São Paulo) sofre todos os medos e ansiedades próprios da idade, ensaia o primeiro beijo, discute com os pais que o superprotegem, busca o aconchego e a compreensão da avó, tem uma melhor amiga, Giovana (Tess Amorim, 20 anos); além dos problemas normais da vida, Leo nasceu cego. Sofre bullying na escola, essa parte é bastante triste.

Entra um aluno novo na sala de Leonardo e Giovana, o Gabriel (Fábio Audi), que faz logo amizade com os dois, principalmente Leonardo, despertando ciúmes em Giovana. A relação de amizade vai se transformando em amor, vemos o processo todo, muito emocionante. O homossexualismo, na minha opinião, não é o centro do filme, tudo acontece com muita naturalidade, como deve ser. Já passou da hora de normalizar esse assunto. Esse filme ganhou o Teddy Award na Alemanha em 2014, uma premiação para filmes com temáticas homossexuais.

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O primeiro beijo. Cena do “Hoje eu não quero voltar sozinho” (Brasil) e “Amor a primera vista” (Espanha)

O amor transcende o olhar, o físico e qualquer barreira. É por ele que deveríamos nos guiar,  quem foge disso não consegue ser feliz.

Os atores, todos, estão fantásticos no filme. O roteiro muito bem escrito pelo jovem Daniel Ribeiro, apenas 31 anos,  fez  o curta “Café com leite” (veja o filme aqui), também sobre um casal homossexual, essa parece ser mesmo a linha do cineasta.

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Daniel Ribeiro feliz com a ciclovia na Avenida Paulista em São Paulo há cinco dias (Instagram do cineasta).

Há dois dias saiu a excelente notícia que o país mais poderoso do mundo, os Estados Unidos, legalizou a união homossexual. Na Espanha, o casamento entre pessoas do mesmo sexo já é legal há 10 anos. Agora em Madri está acontecendo a Festa do Orgulho Gay, passe pelo bairro de Chueca, no centro da cidade, pois a diversão é garantida, por lá estão acontecendo shows, gincanas e também manifestações de conscientização.

No próximo dia 6 de junho, irei entrevistar Daniel Ribeiro aqui em Madri. O que vocês gostariam de saber? Deixe a sua pergunta ou escreva para [email protected], que vou transferir a sua pergunta ao cineasta e contarei aqui no PalomitaZ depois. Participe!