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Após uma separação traumática, Julia Scinto, de Manhattan, se viu pesquisando sites em busca de qualquer recurso disponível que a ajudasse a se sentir melhor. “Cheguei até a pensar em hipnose”, disse a estilista de moda feminina da marca exclusiva da Macy’s. Mas aí ela descobriu o Mend, aplicativo e comunidade on-line que é parte personal trainer, parte refúgio para aqueles com dor de cotovelo.

No Mend, os usuários são apresentados a um avatar animado da fundadora do aplicativo, Ellen Huerta, e sua voz reconfortante oferece orientação sobre como superar a fase, com temas como “desintoxicação” do(a) antigo(a) companheiro(a), redefinir seu “eu” e até mesmo como ter uma boa noite de sono.

“Parece a voz encantadora e cativante de um amigo. E tem uma coisa que ela diz: ‘Nunca ficamos cansados de ouvir sobre o fim de seu relacionamento’, que parece um oásis no deserto”, disse Julia.

Geri Dugan, enfermeira psiquiátrica em Chicago, conhece muito bem a montanha-russa de emoções depois de um rompimento. Depois de perder o pé quando um relacionamento acabou, ela conta que se sentiu como um “farrapo emocional”.

Geri descobriu o Mend através do podcast de Ellen, o “Love Is Like a Plant” (O amor é como uma planta). Agora, há mais de oito meses, segue suas regras diárias, que incluem o monitoramento dos cuidados consigo mesma, o controle de atividades físicas diárias, uma playlist do Spotify e um clube do livro no site do Goodreads. Ela também enfrentou os dias difíceis com o apoio do grupo do Mend no Facebook.

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“Ele realmente ajudou a ver a experiência como algo normal. Eu até o recomendo a alguns de meus pacientes que estão passando por situações como o divórcio”.

Em seu escritório em Santa Monica, na Califórnia, a poucos quarteirões do Oceano Pacífico, Ellen Huerta, de 30 anos, de cabelo escuro e olhos azuis gigantes, admite que sempre se sentiu atraída pelos assuntos do coração. “O Mend começou organicamente, depois que passei por uma separação. Eu tinha um monte de recursos à disposição – amigos que me apoiaram e acesso à terapia -, mas mesmo assim tive muita dificuldade para me reerguer “, disse ela entre goles de chá-de-rooibos.

Ellen, identificada apenas por Elle no Mend, encontrou sites que oferecem conselhos decepcionantes para casos de separação, com frases genéricas como “Leva tempo”, ou orientações desanimadoras como “Poste uma foto de si mesmo(a) com alguém novo nas redes sociais”.

Ela disse que decidiu criar uma experiência digital melhor para os recém-avulsos, onde o usuário pode espantar seu sentimento de desamparo e tomar uma atitude. Como ex-funcionária do Google, ela estava familiarizada com o campo de tecnologia e levou suas dicas de fitness e de saúde mental para o aplicativo. “Levamos muito a sério esses aspectos de nossas vidas, mas não fazemos o mesmo com nossa vida amorosa, que é a base de quem somos.”

O Mend começou como um boletim de notícias focado na recuperação da dor de cotovelo. Agora, a empresa está trabalhando com a aceleradora de negócios altamente seletiva de Silicon Beach, a MuckerLab (cujo portfólio inclui empresas de tecnologia como a TaskRabbit e a Black Tux). Ela investiu dinheiro no Mend e ajuda Ellen no desenvolvimento de negócios, incluindo design e marketing de produto.

Ainda com menos de um ano de idade, o aplicativo foi baixado em mais de 100 países e muitos usuários voltam por causa da comunidade solidária, cheia de histórias de solidariedade. “Uma das minhas missões pessoais é acabar com a vergonha e o tabu da decepção amorosa, como algo que basta ser superado”, disse Ellen.

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Um dos artifícios que usa para isso vem de sua formação em ciências. (É formada em Geociências em Wellesley e seu pai é geofísico). Diz à comunidade do Mend que não é só o lado emocional que gera uma onda de sentimentos intensos, mas também a biologia.

“É diferente para cada pessoa, mas quando você se separa de alguém com quem compartilhava a intimidade, seu corpo sabe que houve uma separação. Você libera hormônios, o(a) outro(a) libera hormônios e, com o tempo, você acaba viciado nessa fonte de hormônios que faz com que se sinta bem.”

Ela menciona um estudo de 2016 publicado no periódico Frontiers in Psychology, no qual os pesquisadores mostram que o amor romântico estimula a mesma área do cérebro que o vício, com sintomas como euforia, desejo e dependência física e emocional. As qualidades viciantes do amor, diz o estudo, se desenvolveram nos seres humanos para incentivar a procriação e, desse modo, nossa existência.

Muitos conselhos que Ellen dá aos usuários do Mend se baseiam em ciência ou em seus próprios sofrimentos românticos, e ela encoraja uma série de opções, como meditação e chás que melhoram o humor, mas acredita firmemente na magia e no mistério de amor, que nenhum dado, gráfico ou estudo consegue identificar. É essa crença que será incluída na próxima atualização do Mend, programada para abril.

Um sentimento permanece. Para Ellen, “É verdade o que dizem. O amor realmente é como uma droga”.

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